A Mulher no Movimento Leonístico
A Mulher no Movimento Leonístico
Falar sobre a mulher no Leonismo como, se não rememorarmos as conquistas de direitos, ou seja, votar, candidatar-se às eleições e lutar contra injustiças sociais?
As mulheres atingiram sua glória na 2ª guerra mundial. Quanto sofrimento, a história registra, de mulheres que buscaram ardentemente exercer a cidadania participando da vida de seus países.
Mas pouca coisa mudou. No Leonísmo não foi muito diferente. A nossa Associação hoje, com 81 anos, inicialmente compunha seu quadro social apenas de homens, ainda designado pelo sexo masculino.
Qual era a participação das mulheres nesse período? De Domadora, cuja definição segundo Aurélio Rodrigues, é a esposa do Leão que incentiva e apoia-o em seus empreendimentos, anima e “colabora” nas realizações do clube, com sua presença, aplauso e entusiasmo, às realizações.
E para homenagear essas grandes colaboradoras, a Convenção Nacional, em maio de 1961 aprova a moção do Lions Clube de São Paulo Indianópolis com aditivo do Lions Clube de Campos que estabelece o mês de setembro como o “Mês da Domadora”.
Porém como a história não pára, e graças à Deus, pois através de perspicácia e sutileza as mulheres, ao quebrar regras, superaram essa visão de que o movimento Leonístico era coisa de homem. Se nós ajudávamos, apoiávamos e acompanhávamos nossos Leões por quer não participar com direito não apenas a voz, mas também, a voto (votar e ser votado)
Em 04/07/87 a Convenção Internacional em Taipé, aprova o ingresso da mulher nos quadros associativos de Lions Internacional em reconhecimento ao potencial criativo e de trabalho da mulher, possibilitando e oportunizando às mulheres com espírito de servir das nossas comunidades a engrossarem as filas do Leonísmo no mundo.
Porém durante os cinco primeiros anos, as domadoras, mesmo com esse direito conquistado, poucas se transformaram em companheiras Leão. Neste começo, as nossas domadoras que haviam ficado viúvas se associavam para legalizar sua condição de membro do Clube, pois o sócio era o Leão, e como Domadora era apenas uma colaboradora.
O Distrito L-19 considerado um dos maiores distritos do Múltiplo L até a recente divisão na gestão do PDG CL Whady Lacerda, recebeu no seu quadro aproximadamente 48 % de novas sócias , na sua grande maioria, nos Clubes de Mato Grosso, estimulando as Domadoras a se tornarem sócias. Com essa iniciativa foi possível expandir o número de sócios ao número ideal exigido por Lions Internacional para criação de um novo distrito. Isso só foi possível graças a esse espírito e à visão de que devemos nós libertar do medo e nos orgulharmos de ter contribuído para a criação de um novo distrito o que possibilitará ao nossos governadores, nesses dois Distritos, uma maior presença e assistência aos Clubes e assim fortalecer o Leonísmo brasileiro.
Mas nós mulheres, que pertencemos ao movimento leonístico, independente da condição ou cargo que ocupamos devemos estar atentas aos aspectos que traiçoeiramente nos vemos envolvidas.
Devemos ter em mente que vencer é superar. Superar envolve conquistas e conquista envolve:
A busca do autoconhecimento (quem eu sou, porque estou neste movimento)
Manter viva a solidariedade humana;
Sentir prazer no que fazemos;
Acreditar no que fazemos ou dizemos para não nos tornamos artificiais;
Mudar as regras do jogo, ao invés de seguir regras. Somos criativas;
Ouvir a voz do coração – o nosso desejo. Harriet Rubim em seu livro “A Princesa” faz a abordagem do adágio popular que diz : ” A mulher é como um saquinho de chá, somente quando colocada na água quente pode-se perceber quão forte ela é. Na água quente, o desejo das mulheres fervem”.
Que lição podemos abstrair desse comentário? Vários. Porém, gostaríamos de tirar um pois quando assumimos uma condição, um cargo ou função precisamos guiar nossos desejos orientadas para a ação e não apenas para superar os homens. Tomarmos cuidados para não repetirmos as regras, a postura e o poder, esquecendo-nos de que o nosso imensurável poder deve ser para solidariedade e ajuda à humanidade.
Podemos e devemos usar nossas armas secretas, tais como: oportunidade, amor e confiança para mantermos a conquista do nosso espaço pois só assim faremos sucesso em nossos empreendimentos, seja ele qual for.
Quando a mulher assume um cargo, em nosso movimento, ela enfrenta resistências tanto a nível dos homens quanto das próprias mulheres. Porém é necessário enfrentarmos esse desafio confrontante de forma terna e decisiva. É importante usarmos a inteligência e não a força, para neutralizar o poder e a arrogância que provoca a resistência em nosso grupo, caso contrário estaremos usando o mesmo tipo de poder usado pelos homens e rejeitados pelos próprios.
Diante do primeiro obstáculo resta-nos dois rumos a seguir: desistir rapidamente ou se entusiasmar ao extremo e começar a agir forçando a barra, tentando dominar a situação para manter o controle sobre a mesma. Lembra das armas secretas? Oportunidade, amor e confiança, inteligência e criatividade. Essas sim dão nos força para continuar com persuasão e superarmos, fazendo dos oponentes aliados involuntários. Deixando o motivado, provocando-lhe um novo recorde com base na capacidade dos mesmos, estimulando-os a um novo nível de desempenho, mais motivador.
Mahatma Gandhi mudou o domínio britânico de 100 anos na Índia usando a seguinte estratégia: solicitou aos amigos que o chamassem de mãe em reconhecimento ao quanto amava lutar como mulher. Indagado porquê, ele disse: A mulher é portadora de um estilo de lutar denominado corajosa covardia, diferente do estilo de luta masculina, que brutaliza algumas pessoas e transforma outras em inimigos para toda uma vida. Vamos continuar lutando corajosamente e com inteligência.
E onde fica a resistência das mulheres às mulheres? Para as mulheres, uma mulher triunfante é uma eterna ameaça. È como se dissesse “Por que ajudar outra mulher a vencer, a ter sucesso, seja ele como for?”.
A grandiosidade da mulher, de cada uma de nós está em entender que o sucesso está em revermos nossas atitudes. Se ajudarmos uma companheira a fazer sucesso em nosso clube, nós também fizemos sucesso, independente do sexo ou do cargo. O que eu fiz contribuiu para o sucesso do clube e a felicidade dos menos favorecidos.
Aí precisamos de usar algumas táticas :
Reconsiderar as estratégias de ação;
Ouvir as vozes discordantes, reconhecendo que cada um estará agindo para que o melhor aconteça;
Esquecer a vingança (Ah ! agora você me paga)
Convide todas (os) para ajudá-la;
Certifique-se de que as outras pessoas sabem e conhecem o que você defende;
Apresente as idéias formuladas com amor, estas tornam excelentes expectativas, e as pessoas tentarão alcançá-las da melhor forma.
Não faça exigências, estas vêm carregadas de raivas, e em movimento leonístico, ou qualquer outra organização onde o voluntariado deve participar por livre e espontânea vontade, exigência afugenta os colaboradores.
Estabeleça uma rede de apoio falando de seus objetivos e ouvindo os dos outros;
Aceite as idéias agregadoras e esteja aberta às inovações.
Amplie sua vida, seu círculo de amizades e sua mente. Todos podemos ter uma fonte inesgotável de doação e precisamos conhecê-la.
Não atropele o ciclo da vida, fazendo as coisas correndo sem pensar.
Assumir o comando quando estiver preparada é uma atitude matura e responsável.
Sejamos femininas, para sermos vitoriosas em nosso propósito de servir desinteressadamente. Não precisamos eliminar de nossas vidas, nossos Leões e Companheiras. Precisamos sim, tê-los como nossos aliados para superarmos nossas próprias resistências e remover falsos obstáculos.
Palestra proferida pela Cal Maria Rosilene Mestre Medeiros, no V Fórum de Mulheres do Movimento Leonístico, no dia 19 de setembro de 1.998, na cidade de Bauru-SP.
Realização Lions Clube de Bauru Estoril – Distrito L-19. (A Cal é presidente da Região 1 do Distrito L-33 – MT)